O realizador indígena Nilson Sabóia Kaxinawa exibe
o seu documentário sobre os índios isolados do Acre para os alunos do Colégio
Estadual Armando Nogueira (Cean), às 10 e 16h, na quarta-feira, 25. Nuku Inu
Shinipabu Burã, em português "Nós e os Brabos", mostra a história
desse povo, que atualmente reside no baixo curso do Rio Humaitá, fronteira do
Brasil com o Peru, na Terra Indígena (TI) Kaxinawa.
Os isolados foram obrigados a procurar outro lugar
para viver por causa do narcotráfico na área fronteiriça, da pressão dos
madeireiros peruanos e da exploração de petróleo e de gás. Nilson Sabóia
presenciou todo o processo de chegada dos índios porque também mora próximo a
região que hoje está ocupada, na aldeia São Vicente com os Huni Kui.
"Filmamos uma viagem com o antropólogo Terri
Aquino em torno da TI do Humaitá, pelo rio Muru e no rio Jiboiaçu, para
localizar os índios isolados. Fomos com uma equipe registrar os vestígios deles
(como tapiri, fogo, restos de comidas, flechas e rastros) e acabamos sendo
atacados. Eu filmei todos os vestígios, está tudo no documentário",
relatou em entrevista concedida à Comissão Pró-Índio do Acre (CPI/AC).
Para ele, o principal objetivo do filme é de
registrar, pesquisar e divulgar o modo de vida dos índios brabos. "Tanto
dentro das aldeias como também para o mundo de fora", comentou. Na hora da
edição, o apoio veio da cineasta Mari Corrêa do Instituto Catitu, que desde o
começo da década de 90 atua na formação audiovisual dentro das aldeias.
"Ao mesmo tempo que são espelhos, os filmes
são também um instrumento de diálogo com o mundo exterior, indígena ou não. No
processo de formação, eles aprendem a fazer filmes e a se filmarem passando de
objetos de observação a protagonistas, a sujeitos do discurso", escreveu
ao jornal Página 20.
A atividade faz parte da programação "Abril no
Acre Indígena" da Comissão Pró-Índio do Acre (CPI/AC) e governo do Estado
por meio da Fundação Elias Mansour (FEM).
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