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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Meio ambiente


Agricultura familiar pelo desmatamento zero
Eles cobram do governo mais responsabilidade e comprometimento, e pedem uma audiência pública para reavaliação das ações estratégicas previstas.
 
A bordo do Rainbow Warrior, em Santarém, representantes de movimentos sociais da região da BR-163 declararam apoio à lei do desmatamento zero. Foto: ©Greenpeace/Bruno Kelly
Reunidos em evento a bordo do navio Rainbow Warrior, em Santarém (PA), mais de 40 representantes dos movimentos sociais da região de influência da BR-163 assinaram um manifesto onde demonstram sua insatisfação quanto à baixa execução das ações do Plano BR-163 Sustentável, do qual mais da metade sequer saiu do papel. Eles cobram do governo mais responsabilidade e comprometimento, e pedem uma audiência pública para reavaliação das ações estratégicas previstas.

“Reconhecendo a importância do plano para o desenvolvimento sustentável da região e tendo inclusive contribuído para a sua construção, consideramos inaceitável que após seis anos do seu lançamento apenas 43% das ações tenham sido executadas”, diz o manifesto.

Segundo eles, a estrutura inicial do plano tem de ser legitimada. “Avaliando hoje, todo o plano acabou não acontecendo, pois o movimento social não consegue participar do processo de gestão, como foi proposto inicialmente”, afirmou a agricultora familiar Rosinha, da Reserva Extrativista Renascer. Além disso, algumas das ações consideradas já executadas pelo governo federal não são reconhecidas pelos movimentos sociais.

“A consolidação das Resex Verde Para Sempre, Renascer e Tapajós Arapiuns é considerada uma ação executada, mas não há implementação nenhuma. Nós moradores continuamos enfrentando a invasão de madeireiros, fazendeiros e outras ameaças. É fato que as obras de infraestrutura propostas pelo governo para a Amazônia servem mais aos interesses do grande capital do que aos interesses dos moradores locais”, protestou.

Em clima de indignação com o modelo desrespeitoso com que o governo vem realizando as grandes obras de infraestrutura na região, os movimentos declararam seu apoio à proposta de lei de iniciativa popular pelo Desmatamento Zero no Brasil. “Nós temos que discutir agora o Brasil pra frente. E é uma burrice econômica acabar com as florestas”, disse Paulo Adario, diretor da Campanha Amazônia do Greenpeace.

Maria Rosa, da Fetrag (Federação dos Trabalhadores na Agricultura), assinou embaixo. “Se formos contra essa lei vamos favorecer a quem? Aos grandes projetos? Nós somos a favor da agricultura familiar, que é responsável por 75% da produção de alimento no Brasil. Nós somos a exceção, e não podemos nos esquecer dos compromissos assumidos pelo governo. Basta que ele passe a dar prioridade para isso e transforme esse projeto em lei para contribuir com sustentabilidade ambiental para todos nós.”

Ivete Bastos, vereadora pelo PT, também manifestou seu apoio. “Para nós da Amazônia, soja é a cultura da morte, mata os animais, a floresta e a possibilidade de produzirmos. Mas o clima agora mudou, é preciso aderir à proposta e defender o espaço onde estamos inseridos. Estou aqui para somar e firmo esse compromisso.”

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