Pages

Subscribe:

BTN

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Código Florestal


ter, 05/07/2011
Um grupo que inclui algumas das principais ONGs ambientalistas (Greenpeace, Imaflora, Instituto Centro de Vida, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, Instituto Socioambiental, World Wildlife Fund e Apremavi) lançou um site em que apresentam seu ponto de vista sobre as mudanças que podem afetar o Código Florestal.
O código foi criado na década de 30 e passou por várias reformulações, mas as que estão em discussão atualmente no Congresso podem mudar drasticamente a proteção das florestas no país – mexem, inclusive, com o limite de desmatamento permitido na Amazônia.
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) oferece em seu site um curso online para professores, jornalistas e leigos interessados em conhecer mais sobre a floresta amazônica e as mudanças climáticas. O curso é dividido em cinco módulos e pode ser feito de acordo com a disponibilidade de tempo do usuário.
Os módulos são:  Terra e seu Clima; Evidências das Mudanças Climáticas; Projeções para o Futuro; Brasil, a Amazônia e Mudanças Climáticas e Acordos Internacionais.
Há  versões em português e inglês, e pode ser feito diretamente na internet ou impresso para uso em salas de aula.
O conteúdo foi criado em parceria com duas organizações norte-americanas – a National Environment Education Foundation e o Cooperative Program for Operational Meteorology, Education and Training.
O diretor do Inpe, Gilberto Câmara, discorda dos números sobre emissões de gases de efeito estufa divulgadas por reportagem do jornal “O Estado de São Paulo” e reproduzida pelo Globo Amazônia nesta segunda-feira (23).
Em seu microblog no Twitter, o pesquisador afirmou que a notícia “confunde as emissões globais do desmatamento c/ emissões nacionais”. Segundo Câmara, o desmatamento da Amazônia contribui com 16% das emissões brasileiras em 2008, e não com apenas 5%, como diz a reportagem.
A reportagem do Globo Amazônia tentou entrar em contato com o pesquisador e está aguardando mais informações sobre os números oficiais das emissões brasileiras, que serão anunciados em Brasília nesta terça-feira (24).
O jacaré-açu (Melanosuchus niger) habita rios e lagos da Amazônia, pode chegar até seis metros de comprimento e pesar 300 quilos. Ele foi uma das estrelas da matéria sobre animais gigantes, que publicamos no portal Globo Amazônia. Além de informações sobre peso e tamanho, colocamos uma foto de cada bicho, para que o internauta pudesse ter uma ideia da sua exagerada dimensão.
Acontece que selecionar imagens para publicar na Internet é uma tarefa complicada: ou usamos fotos próprias ou precisamos ter licença para copiá-las de outro site. Como não encontramos a imagem do jacaré-açu em nossos arquivos, usamos a do site Wikimedia Commons, que disponibiliza fotos de vários autores, com licença livre para publicação.
No dia em que a matéria foi para o site, o internauta Gustavo Santos nos enviou um e-mail dizendo que a foto que divulgamos não correspondia ao jacaré-açu. Segundo ele, o verdadeiro não é tão escuro quanto o da imagem. Gustavo diz ser o autor do artigo sobre o jacaré-açu na Wikipédia, mas desconhece a origem da foto. “Deus sabe lá de onde veio”, escreveu.
 Foto originalmente publicada como se fosse um jacaré-açu. (Jason Buberel/Wikimedia Commons)
Para descobrir se Gustavo estava certo e confirmar quem era o misterioso jacaré negro da foto, foi uma saga. Meu colega, Iberê Thenório, passou horas comparando a foto do nosso site com outras imagens de jacaré-açu, mas não chegou a nenhuma conclusão. O palpite dele era que o réptil da foto havia escurecido porque estava morto.
Como não somos especialistas, decidimos enviar a questão para quem entende do assunto. A princípio, técnicos de um instituto confirmaram que o réptil de nossa foto era o jacaré-açu.
Já o Messias Costa, veterinário do Museu Paraense Emílio Goeldi, afirmou que “taxativamente não se trata de jacaré-açu”, mas disse que a foto em questão não lhe oferecia dados suficientes para afirmar a espécie.
O Boris Marioni, coordenador do Programa de Conservação de Crocodilianos da ONG Instituto Piagaçu, respondeu: “O leitor foi atento. Efetivamente, a foto que aparece na matéria não é de um jacaré-açu, apesar de constar ‘erroneamente’ na internet como sendo de tal espécie”.
Por fim, o doutor em ecologia e professor da Universidade Federal do Amazonas, Ronis da Silveira, matou a questão: “O leitor está CORRETO! Não é um jacaré-açu, mas sim um jacaré-tinga (Caiman crocodilus)”.
Problema resolvido, alteramos a foto em nosso site. Obrigada, Gustavo Santos, por nos contestar e evitar que continuássemos divulgando uma informação incorreta.
Dessa experiência, fica a seguinte lição: o jornalismo é uma profissão tão imprevisível que, às vezes, até quando buscamos a preservação da natureza, acabamos envolvidos na caça a jacarés.

0 comentários:

Postar um comentário